João Moura
É sabido que quando as pessoas unem forças, se tornam capazes de realizações que, contando apenas com a força individual, seriam impossíveis. Porém, mesmo assim, as pessoas têm dificuldade de se congregar.
Jogadores de porrinha da política candanga já fazem suas apostas e dão spoiler de possíveis movimentações no tabuleiro da sucessão de Ibaneis Rocha. O PL expressou interesse em posicionar Izalci Lucas como vice na chapa liderada por Celina Leão, visando consolidar apoio e fortalecer candidaturas com forte viés ideológico de direita.
Porém, a distribuição do poder pensada por Ibaneis Rocha – que está deixando a cadeira maior e a caneta mais carregada de tinta do Buriti – envolve outros coadjuvantes para o seu projeto político a partir de agora e tem parada obrigatória no MDB, PP e União Brasil para influenciar alianças e consolidação da engenharia política a ser aplicada para as eleições de 2026.
A direita quer emplacar os seus. Mas a esquerda também quer. Existem dois lados, tanto da direita quanto da esquerda que também fazem suas apostas jogando seus palitos na roda do jogo da política. O aparecimento de José Dirceu – pedindo anistia pelo seu passado na Casa Civil do Governo Federal – onde muitos ainda o reconhecem como cacique petista, já ventila sua ambição por uma vaga na Câmara dos Deputados junto com Erika Kokay, atual deputada federal pelo PT candango, numa possível ascensão ao Senado – que vai ter duas cadeiras disponíveis no DF para serem ocupadas em 2026.
Todas essas movimentações estão mais para a dinâmica do jogo da barata, onde o jogador sacode os dados e os joga em cima da mesa para somar a quantidade de faces “1” que conseguiu. Cada soma de pontos equivale a um pedaço do desenho que definirá o poder em movimento no Distrito Federal.
Moldar o futuro do quadro político local não é tão fácil assim. E não pode ser definido num simples jogo de porrinha – onde todo jogador escolhe o número de palitos que vai usar. Quando nenhum palito é usado se chama lona. Isso nenhum dos partidos quer: ser levado à lona. Já estamos vendo que ninguém quer deixar de entrar nessa roda.
A roda gira e o primeiro a tentar adivinhar o número de palitos em jogo vira o último na rodada seguinte. Ganha aquele que acertar o total de palitos na rodada. O último paga a conta. Na nossa alegoria já fica evidente que, quem vai pagar essa conta, será o povo. O eleitor que vai colocar seu voto na urna em 2026 precisa fazer reflexões sobre o fortalecimento da cultura da mordomia que muitos dos que ai estão postos querem somente é continuar no bem bom do poder enquanto os serviços públicos carecem de gestores competentes.
O certo é que nesse jogo, há pessoas que merecem ser ajudadas e até mesmo eleitas. Outras, no entanto, precisam de distância. Nenhuma estrada segue reta o tempo todo e, até 2026, ainda tem um longo caminho a ser percorrido para os que querem os cargos e as mordomias do poder.