RELAÇÕES DO CAFÉ DA MANHÃ COM A ECONOMIA
O PÃO NOSSO DE CADA DIA e o PIB brasileiro
Por que você vale muito?
Já observou que, quando você vai ao mercado ou padaria da esquina comprar o pãozinho fresco para o café da manhã, tem uma sensação de que o custo de vida está muito caro, logo cedo?!
Isso é fato porque o valor do pão fresco pode ser moldado por uma combinação de fatores econômicos, incluindo demanda do consumidor, custos de produção, tendências alimentares e outros aspectos relacionados à cadeia de abastecimento e concorrência no mercado.
Famílias, empresas e governos gastam dinheiro na economia, e cada um desses itens é representado no PIB. Considere a venda de farinha, manteiga e açúcar para uma padaria que produz pão fresco. Se a compra de ingredientes fosse incluída no PIB junto com a venda de pão fresco, o PIB seria superestimado.
O Produto Interno Bruto (PIB) é uma medida crucial para avaliar a saúde econômica de um país. Ele representa o valor total de todos os bens e serviços produzidos dentro das fronteiras de um país durante um determinado período e desempenha um papel fundamental na compreensão e avaliação da atividade econômica de um país, sendo uma ferramenta essencial para tomada de decisões em diversos níveis, desde o governo até empresas e indivíduos.
O Brasil divulgou o seu PIB do quarto trimestre de 2023 – agora, em março. A projeção do mercado é de que a atividade econômica se mantenha estável, podendo variar entre -0,4% e +0,3%. Com isso, o PIB deve crescer, em média, 3% no acumulado do ano.
A importância do PIB reside em vários aspectos:
Indicador de Desempenho Econômico: O PIB é amplamente utilizado como um indicador-chave do desempenho econômico de um país. O crescimento do PIB geralmente reflete uma economia em expansão, enquanto uma contração do PIB pode indicar uma recessão.
Comparação entre Países: O PIB permite comparar o tamanho das economias de diferentes países. É uma métrica padronizada que ajuda a entender o grau de desenvolvimento econômico em escala global.
Planejamento Econômico: Os governos utilizam as informações do PIB para desenvolver políticas econômicas e planos de desenvolvimento. O PIB per capita, que é o PIB dividido pela população, é particularmente útil para avaliar o padrão de vida médio de uma população.
Alocação de Recursos: Empresas e investidores usam dados do PIB para tomar decisões estratégicas, como investir em setores que estão crescendo ou realocar recursos com base nas tendências econômicas.
Indicador de Bem-Estar Econômico: Embora o PIB seja uma medida amplamente aceita, vale ressaltar que ele não capta todos os aspectos do bem-estar econômico. Outros indicadores, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), podem ser usados em conjunto para ter uma visão mais abrangente.
Política Monetária e Fiscal: Bancos centrais e autoridades fiscais usam dados do PIB para ajustar suas políticas. Em uma recessão, por exemplo, um banco central pode implementar políticas monetárias expansionistas para estimular o crescimento econômico.
Previsão Econômica: O PIB é uma ferramenta essencial para prever tendências econômicas futuras. Analistas econômicos e pesquisadores utilizam dados históricos do PIB para fazer projeções e antecipar possíveis desafios ou oportunidades.
No caso de uma aceleração da economia, o Banco Central pode precisar rever sua estratégia para a Selic.
Embora uma atividade econômica forte seja bem-vinda pelo governo e economia em geral, o risco de uma pressão na inflação pode acionar o modo conservador da autoridade monetária.
O BC vem alertando que o mercado de trabalho segue forte e a inflação de serviços ainda não foi superada. O nível de emprego é um componente importante do PIB. Uma economia que está operando abaixo de seu potencial pode resultar em aumento do desemprego. Para combater isso, os bancos centrais podem reduzir as taxas de juros para incentivar o investimento e estimular a criação de empregos.
As autoridades monetárias, como os bancos centrais, usam essas informações para ajustar as taxas de juros e implementar medidas que visam equilibrar o crescimento econômico, o controle da inflação e o emprego.
E, sim, a questão do valor do pão fresco pode ter relação com a economia. E, para evitar que o pão nosso de cada dia superestime o PIB Nacional, é incluído apenas a produção final do pão no PIB. Pois, quando o PIB é superestimado, as políticas econômicas podem ser formuladas com base em informações incorretas, o que pode ter consequências negativas, como a implementação de políticas inadequadas ou a falta de ações corretivas quando necessário. Por essa razão, os institutos de estatísticas e agências governamentais buscam constantemente melhorar a precisão e a confiabilidade dos cálculos do PIB.
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João Moura é professor e filósofo. Ele tem ensinado cursos que vão desde a filosofia introdutória à econômica e política em escolas do planalto central.
ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2024 - O BRASIL DE VOLTA ÀS URNAS
Há oito meses do próximo pleito, 12 resoluções, aprovadas recentemente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), serão bases orientadoras para as Eleições Municipais de 2024. As normas orientam candidatas, candidatos, partidos políticos, eleitoras e eleitores sobre as regras e diretrizes a serem seguidas para o pleito que está previsto para o dia 6 de outubro 2024 (1º turno), para eleição dos novos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores do país para os próximos quatro anos.
As resoluções aprovadas terão diretrizes específicas para cada evento, confira:
Calendário eleitoral (Instrução nº 0600044-24.2024.6.00.0000)
A resolução é específica para as Eleições 2024 e apresenta as principais datas do processo eleitoral a serem cumpridas por partidos políticos, candidatas, candidatos, eleitoras, eleitores e pela própria Justiça Eleitoral. O documento prevê 299 eventos que deverão ocorrer simultaneamente em 5.569 municípios brasileiros até a finalização do calendário, que acontece em dezembro de 2025.
Cronograma operacional do cadastro eleitoral (Instrução nº 0600045-09.2024.6.00.0000)
A norma aprovada prevê, no artigo 2º, que os Tribunais Regionais Eleitorais deverão priorizar a ampliação da identificação biométrica do eleitorado. Além disso, eleitoras e eleitores biometrizados há mais de 10 anos somente necessitam de nova coleta de dados se estiverem por igual prazo sem utilizá-la para se habilitarem a votar. Outro ponto que o texto traz é a atualização da data para o fechamento do cadastro eleitoral para este ano, sendo no dia 9 de maio, ou seja, 150 dias antes das eleições, conforme determina o Código Eleitoral.
Atos gerais do processo eleitoral (Instrução nº 0600042-54.2024.6.00.0000)
O texto abrange procedimentos básicos do processo eleitoral para as Eleições 2024, como atos preparatórios, fluxo de votação e fases de apuração, totalização até a diplomação dos eleitos. Destaque para dois dispositivos: a proibição do transporte de armas e munições, em todo o território nacional, por parte de colecionadores, atiradores e caçadores (CACs) no dia do pleito e nas 24 horas que o antecedem e o sucedem; e a regulamentação da gratuidade do transporte coletivo urbano municipal e intermunicipal nos dias de votação, sem qualquer distinção entre eleitoras e eleitores e sem veiculação de propaganda partidária ou eleitoral.
Pesquisas eleitorais (Instrução nº 0600742-06.2019.6.00.0000)
Entre diversos dispositivos, a norma aprovada – que altera a Resolução nº TSE 23.600/2019 – determina que a empresa ou o instituto deve enviar relatório completo com os resultados da pesquisa, contendo data da coleta dos dados; tamanho da amostra; margem de erro máximo estimado; nível de confiabilidade; público-alvo; fonte de dados secundária para construção da amostra; abordagem metodológica; e fonte de financiamento para aumentar a transparência da metodologia. Também regulamenta que o controle judicial sobre as pesquisas depende de provocação do Ministério Público Eleitoral, de partido político, federação, coligação, candidata ou candidato, observados os limites da lei.
Distribuição do FEFC (Instrução nº 0600741-21.2019.6.00.0000)
De acordo com a norma aprovada – que altera a Resolução TSE nº 23.605/2019, que dispõe sobre a arrecadação e os gastos de recursos por partidos políticos e candidatas ou candidatos e sobre a prestação de contas nas eleições –, as legendas devem divulgar em sua página na internet o valor total do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) e os critérios para distribuição a candidatas e candidatos.
Registro de candidaturas (Instrução nº 0600748-13.2019.6.00.0000)
A instrução, que dispõe sobre a escolha e o registro de candidatas e candidatos para as Eleições 2024, define medidas para controle efetivo da destinação de recursos a candidaturas negras. Além disso, frisa que, nas eleições proporcionais, as listas apresentadas pelas federações e pelos partidos políticos devem conter ao menos uma pessoa de cada gênero. Também serão coletados dados pessoais sobre etnia indígena, pertencimento a comunidade quilombola e identidade de gênero, e será facultada a divulgação da orientação sexual. A resolução ainda inclui dispositivos sobre a candidatura de militares, entre outros pontos. O texto aprovado hoje altera a Resolução TSE nº 23.609/2019.
Propaganda eleitoral (Instrução nº 0600751-65.2019.6.00.0000)
Ao alterar a Resolução TSE nº 23.610/2019 – que dispõe sobre a propaganda eleitoral –, o texto aprovado traz importantes novidades, como a possibilidade de divulgação de posição política por artistas e influenciadores em shows, apresentações, performances artísticas e perfis e canais de pessoas na internet, desde que as manifestações sejam voluntárias e gratuitas. Também traz providências para regulação do uso da inteligência artificial nos contextos eleitorais, com destaque para a vedação absoluta ao uso de deepfakes, a restrição ao uso de chatbots e avatares para intermediar a comunicação da campanha e a exigência de rótulos de identificação de conteúdo sintético multimídia.
Foram aprovadas também a adoção de medidas necessárias para o controle da desinformação contra o processo eleitoral e a previsão de que a live eleitoral constitui ato de campanha eleitoral, sendo vedada, portanto, a transmissão ou a retransmissão por canais de empresas na internet ou por emissoras de rádio e TV, sob pena de configurar tratamento privilegiado durante a programação normal.
Dois artigos importantes foram acrescidos ao texto da norma. O artigo 9º-C veda a utilização, na propaganda eleitoral, “de conteúdo fabricado ou manipulado para difundir fatos notoriamente inverídicos ou descontextualizados com potencial para causar danos ao equilíbrio do pleito ou à integridade do processo eleitoral”, sob pena de configuração de abuso de utilização dos meios de comunicação, acarretando a cassação do registro ou do mandato, bem como a apuração das responsabilidades nos termos do artigo 323 do Código Eleitoral. Já o 9º-E estabelece a responsabilização solidária dos provedores, civil e administrativamente, quando não promoverem a indisponibilização imediata de determinados conteúdos e contas, durante o período eleitoral.
Reclamações e direito de resposta (Instrução nº 0600745-58.2019.6.00.0000)
A proposta de resolução aprovada para as próximas eleições admite reclamação administrativa eleitoral contra ato de poder de polícia que contrarie ou desvie de decisão do TSE sobre remoção de desinformação que comprometa o processo eleitoral. Além disso, fixa a previsão de 3 dias para a interposição de recurso contra decisão monocrática da relatora ou do relator e para a apresentação de embargos de declaração em face de acórdão do Plenário. O texto promove modificações na Resolução TSE nº 23.608/2019.
Ilícitos eleitorais (Instrução nº 0600043-39.2024.6.00.0000)
Uma das novidades para as Eleições 2024 é uma resolução específica sobre os ilícitos eleitorais nas eleições. A norma consolida a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do TSE e orienta juízas e juízes eleitorais para a aplicação uniforme da lei. Os capítulos dedicados a cada hipótese de ilícito eleitoral tratam da tipificação e da aplicação das sanções.
Na sistematização das regras sobre competência, destaca-se que a instrução e o julgamento conjunto de ações somente serão determinados se contribuírem para a efetividade do processo. Entre os destaques temáticos, o texto aprovado aborda elementos caracterizadores de fraude à lei e à cota de gênero; uso abusivo de aplicações digitais de mensagens instantâneas; limites para o uso de cômodo de residência oficial para a realização de lives; abuso da estrutura empresarial para constranger ou coagir funcionários com vistas à obtenção de vantagem eleitoral; e sistematização do tratamento da publicidade institucional vedada.
Fiscalização do sistema eletrônico de votação (Instrução nº 0600747-28.2019.6.00.0000)
O texto alterador da Resolução TSE nº 23.673/2021 amplia o número de capitais em que será realizado o Teste de Integridade com Biometria, implementado nas Eleições de 2022. Até então, a auditoria era realizada em cinco capitais e no Distrito Federal; agora, passa para todas as capitais e o Distrito Federal. O texto antecipa o prazo para designar a Comissão de Auditoria da Votação Eletrônica, de 30 para 60 dias antes da eleição. Outro ponto relevante trata de melhoria logística e de representatividade regional para o Teste de Integridade. Municípios poderão ser organizados em grupos sobre os quais recairá a escolha ou o sorteio de seções eleitorais para o Teste. Segundo o texto, o requerimento para auditoria não prevista exige indícios substanciais de anomalia técnica atestados sob a responsabilidade de profissional habilitado, sendo cabível multa em caso de atuação temerária ou litigância de má-fé.
Prestação de contas eleitorais (Instrução nº 0600749-95.2019.6.00.0000)
Segundo o texto aprovado sobre o tema, o diretório nacional do partido deverá abrir conta específica para o financiamento de candidaturas femininas e de pessoas negras, e tais recursos deverão ser repassados pelos partidos políticos até 30 de agosto. A norma, alteradora da Resolução TSE nº 23.607/2019, também destaca que todas as chaves PIX poderão ser utilizadas para realizar doações. Além disso, para efetuar gastos com combustíveis em carreata, a campanha deverá informar à Justiça Eleitoral com antecedência de 24 horas, e o candidato que expressamente renunciar à candidatura ou tiver o registro indeferido pela Justiça Eleitoral deve prestar contas sobre o período em que participou do processo eleitoral, mesmo que não tenha realizado campanha.
Sistemas eleitorais (Instrução nº 0600592-54.2021.6.00.0000)
A proposta aprovada atualiza a Resolução TSE nº 23.677/2021. Entre as novidades, está a previsão de que os Tribunais Regionais Eleitorais comuniquem imediatamente ao TSE qualquer reprocessamento que altere a composição da Câmara dos Deputados, para que o tempo da propaganda partidária, as cotas do Fundo Partidário (FP) e o FEFC sejam recalculados. Outra mudança é que o nome social, informado no registro de candidatura ou no cadastro eleitoral, será utilizado no diploma, sem menção ao nome civil.
Por fim, sobre a distribuição de sobras eleitorais aos partidos políticos e federações, ainda não há definição para as Eleições 2024, uma vez que não foi concluído o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7.228/DF pelo Supremo Tribunal Federal (STF), para os ajustes necessários na norma.
Fonte: TSE – Tribunal Superior Eleitoral
DIPLOMA É INÚTIL?
Uma reflexão sobre produzir o tipo de trabalhadores do conhecimento que os empregadores dizem precisar.
Um alerta! Cuidado para não criar casca em subempregos. Depois de formado, muitos trabalhadores podem ficar presos em empregos informais ou mal remunerados devido à falta de habilidades específicas, mesmo com diplomas de cursos superiores.
Você já sentiu que o seu diploma era só “um pedaço de papel”?
Se sim – você tem essa percepção; saiba que você está como mais da metade dos formados dos Estados Unidos, que ocupam cargos que não utilizam seus diplomas. Lá pelos states, aproximadamente metade dos diplomados universitários acabam em empregos onde os seus diplomas não são necessários, e esse subemprego tem implicações duradouras nos rendimentos e planos de carreira dos trabalhadores. Os estágios também são críticos. Um ano depois, 52% dos estudantes estavam em empregos que não dependiam de seus cursos;10 anos depois: 45% continuavam nessa situação.
É igual pra todo mundo? Segundo o estudo, o curso que a pessoa decide fazer é o fator principal para determinar suas chances de seguir em uma carreira de nível universitário ou não. É o que está de acordo com pesquisadores da empresa de análise trabalhista Burning Glass Institute e da organização sem fins lucrativos Strada Education Foundation (EUA), que analisaram os currículos de trabalhadores que se formaram entre 2012 e 2021 pelas bandas da terra do Tio Sam.
Cinco anos depois de receberem o canudo, 75% de quem se formou em uma profissão de saúde, engenharia ou finanças estavam trabalhando em empregos que exigiam seus diplomas.
Mas, esse número cai para 40% quando falamos de segurança pública, ciências humanas e áreas ligadas a gestão, marketing e RH. Diferença considerável. Em todos os programas de graduação, a taxa de subemprego dos formados que nunca estagiaram foi 15%-20% maior do que estagiaram.
E o subemprego no Brasil!?!
No Brasil, o subemprego é influenciado por diversos fatores econômicos, sociais e estruturais. Uma parcela significativa da força de trabalho no Brasil atua no setor informal – muitos com diplomas de cursos superiores e até especializações -, onde não há garantias trabalhistas, benefícios sociais ou salários adequados. Isso contribui para o subemprego, pois muitos trabalhadores estão em empregos precários. Em alguns setores, a demanda por trabalho pode ser insuficiente para absorver a mão de obra disponível. Isso pode levar as pessoas a aceitar empregos com condições precárias.
Algumas das principais razões para se sentir com a sensação ruim de estar com um diploma nas mãos e não conseguir decolar na profissão escolhida, incluem: Crescimento Econômico Lento; Desigualdade Social; redução de salários e aumento da informalidade.
A desigualdade de renda no Brasil é alta, o que significa que muitas pessoas têm acesso limitado a oportunidades educacionais e profissionais. A falta de acesso a recursos pode contribuir para o subemprego. E, também, a falta de educação e qualificação profissional adequadas pode levar à limitação das opções de emprego.
A abordagem para reduzir o subemprego no Brasil envolve uma combinação de políticas públicas, investimentos em educação e qualificação profissional, reformas trabalhistas e estímulos ao crescimento econômico, visando criar um ambiente mais propício para a geração de empregos formais e bem remunerados.
Lembrando sempre que, investir em educação de qualidade e capacitação profissional, faz toda a diferença para uma geração de crianças, jovens e adultos.
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*João Moura é professor e filósofo, observador da anatomia de governos e sociedades.
Justiça Tributária: Um Caminho para Benefícios Equitativos aos Contribuintes
Os indivíduos não são responsáveis pela boa ou má sorte que têm na vida e, portanto, não merecem os sucessos e os fracasso sociais associados ao acaso.
Recentemente, entidade presidida pelo empresário brasiliense Paulo Octávio promoveu um almoço-debate realizado no Lago Sul – bairro nobre de Brasília - onde compareceram pouco mais de 100 pessoas entre autoridades governamentais, deputados distritais, federais, senadores e, na maioria dos participantes, empresários locais. No evento – conhecido como Grupo de Líderes Empresariais -, o Secretário de Economia do Distrito Federal Ney Ferraz Júnior proferiu uma palestra” Desafios e Oportunidades para Economia do Distrito Federal”. Em sua fala, Ney Ferraz citou o superávit de R$ 2,6 bilhões em 2023, o maior da história do DF. Na esteira das ações para evitar fechar o ano de 2023 no vermelho, o GDF conseguiu aprovar o aumento de 18% para 20% da alíquota do ICMS sobre produtos considerados não essenciais.
Para 2024, o orçamento prevê receita de R$ 37,8 bilhões do Tesouro local e mais R$ 23,2 bilhões do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), composto por recursos oriundos da União. Segundo o relatório de arrecadação tributária divulgado pelo Governo do Distrito Federal (GDF), em 2023 houve aumento do ISS (+ R$332,5 milhões), do IRRF (+ R$ 268,2 milhões) e do IPVA (+ R$ 174,3 milhões). Toda essa arrecadação vem da cobrança aos contribuintes de impostos e cobranças de taxas, juros, multas... determinados pelo sistema tributário brasileiro que estabelece a forma como os impostos são arrecadados. É dividido em três esferas com tributos federais, estaduais (DF) e municipais.
O recolhimento de tributos (impostos e outros) tem o objetivo de custear os serviços prestados à população, melhorar a infraestrutura das entidades e pagar os servidores públicos.
A constituição da República Federativa do Brasil – promulgada em 1988 – já tem mais de 35 anos, mas o desejo nacional de possuirmos um sistema tributário justo ainda não se concretizou. A busca por justiça tributária não é apenas uma necessidade ética e desejo constituinte, mas também um investimento no desenvolvimento sustentável e no bem-estar de toda a sociedade.
O conceito de “Justiça” é uma determinação do espírito, fundada na razão e na consciência, para que se dê a cada um o que é seu, com absoluta imparcialidade, quanto de direito lhe cabe ou lhe é devido. Se a independência do Brasil – obtida em 1822 -, nos livrou da condição de colônia de Portugal, continuamos a ser vítimas da sistemática espoliação permitida ou praticada pelos que nos governam desde então eis que a verdadeira República ainda está em construção. Sendo assim, como a implementação de uma Justiça Tributária pode ser benéfica para o tão penalizado contribuinte?
Representando um pilar essencial para a construção de uma sociedade equitativa e economicamente sustentável, a Justiça Tributária, no contexto fiscal, deve pautar por um sistema que distribua ônus de forma justa e proporcional entre os contribuintes. Essa distribuição é crucial para garantir um ambiente onde todos possam contribuir de maneira justa e, simultaneamente, desfrutar dos benefícios proporcionados pelos recursos públicos.
Sendo assim, não é uma simples coleta de receitas pelo Estado; devendo ela buscar estabelecer uma carga tributária que seja equitativa, considerando a capacidade contributiva de cada cidadão ou empresa. Isso implica em evitar a imposição de encargos excessivos sobre aqueles que possuem menor capacidade econômica, promovendo uma distribuição mais justa dos recursos.
Um dos instrumentos essenciais para atingir a justiça tributária é a progressividade fiscal. Impostos progressivos, que aumentam proporcionalmente à renda, asseguram que aqueles com maior capacidade financeira contribuam mais significativamente para o financiamento dos serviços públicos. Essa aplicação não apenas promove a equidade, mas também fortalece o senso de justiça na sociedade.
Além disso, é crucial simplificar o sistema tributário, tornando-o transparente e de fácil compreensão para os contribuintes. A transparência reduz a evasão fiscal e promove a confiança na administração tributária, criando um ambiente propício para a conformidade voluntária.
A Justiça Tributária também pode ser alcançada por meio de políticas que incentivem a eficiência na alocação de recursos públicos, garantindo que as receitas sejam utilizadas de maneira eficaz, beneficiando diretamente a população. Dessa forma, não apenas alivia a carga sobre os contribuintes, mas também promove o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida.
Ao implementar políticas que considerem a capacidade econômica dos contribuintes, promovam a transparência e eficiência na alocação de recursos, é possível criar um ambiente fiscal mais equitativo. Isso não apenas beneficia diretamente os contribuintes, aliviando suas obrigações financeiras, mas também fortalece os pilares de uma sociedade que valoriza a justiça, a solidariedade e a responsabilidade coletiva. E isso não é apenas uma necessidade ética, mas também um investimento no desenvolvimento sustentável e no bem-estar da sociedade.
*João Moura é professor e filósofo, observador da anatomia de governos e sociedades.
ATO NA PAULISTA - BOLSONARO DEIXA ÓDIO DE LADO E MOSTRA UMA SUPOSTA FACE GENTIL
Entre pedidos de impeachment de Lula na Câmara e o ato bolsonarista na Avenida Paulista , neste domingo, 25, a democracia pode não ser o melhor caminho, mas, com certeza, é o sistema que nos livra do inferno.
Digo isso porque temos um regime em que os cidadãos na plenitude dos seus dos direitos políticos, participam igualmente, diretamente ou através de seus representantes, na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governança através do sufrágio universal.
E foi isso que aconteceu nas eleições no Brasil de 2022.
Mas, decorridos 15 meses daquele pleito e pouco mais de um ano do fatídico 8 de janeiro que levaram o terror, o ódio e a intransigência à praça dos Três Poderes, presenciamos o ato na capital de São Paulo.
Exemplos de desalinhamento não faltam. O mais recente foi a intimação do ex-presidente Bolsonaro – autor da convocatória para a Paulista – que, ao comparecer para depor na Polícia Federal, em 22 de fevereiro, ficou todo o tempo calado.
Isso é errado? Não! As vezes ficar calado é o melhor negócio – pode até não funcionar a favor do “mudo”, mas é um direito do depoente.
Depois de calar-se na PF, o capitão precisava falar, mas só o suficiente para não justificar uma prisão em flagrante.
Bolsonaro se acha melhor do que de fato é. Seu comportamento de forma recorrente é prejudicial ao Estado Democrático de Direito – mas não o é para a democracia.
Não estou dizendo isso por apoiar comportamentos prejudiciais, como os do ex-mandatário do país. Pelo contrário. Temos maneiras distintas de tomar decisões no dia a dia e que podem ser conscientes ou inconscientes. Alguns agem rápido, intuitivos e moldados em instintos. Outros preferem agir de forma racional, dependendo da sua habilidade lógica e do conhecimento próprio e adquirido.
Na grande maioria das vezes, agir rápido, focado e moldado nos instintos próprios, pode até funcionar maravilhosamente bem e é muito útil. Coisa fina mesmo. Contudo, às vezes falha. Isso acontece quando a intuição nos leva à decisão errada.
Durante quatro anos, o Brasil foi governado com um viés comportamental intuitivo – mesmo chamando de liberdade democrática com direitos. Todos sabem que na política não existe isso. É uma enrascada e tanto ser ao mesmo tempo maligno e avesso a riscos.
Então, a democracia nos salva. Foi assim em 2018 e foi assim em 2022.
Na prática, Bolsonaro continua sendo Bolsonaro: se você mentir para mim, continue mentindo; não me machuque dizendo, repentinamente, a verdade.
Mesmo sendo defensor do Estado Democrático, não fui à Paulista – acompanharei o Ato Democrático de Direito e pela Liberdade, pelos vieses comportamentais dos participantes. Com isso, demonstrei que a grandeza da democracia começa com a substituição do ódio pelo desdém gentil.
*João Moura é professor e filósofo, e observador da anatomia de governos e sociedades.
VOAR NO BRASIL MAIS BARATO?!
Fora do âmbito da amizade e do amor, é muito difícil encontrar situações em que os dois lados são otários. Viajar de avião já foi quase um sympósion (tipo de banquete grego) para os passageiros. Nos bons tempos era fácil uma dose de whisky entre um voo e outro. Hoje, empresas aéreas, passageiros e governo vivem a “morcegar e macetar” num trisal sem fim – a diferença é que não existe comunicação aberta, confiança e respeito mútuos.
Digo isso em redundância, pois, o Voa Brasil – programa de governo para baratear passagens não vai baratear passagens.
O preço das passagens aéreas está no nível mais alto em 14 anos. Só nos últimos quatro meses elas ficaram 80% mais caras.
Viajar é mais realização do que intenção.
A intenção do Governo, anunciada a quase um ano, era lançar o programa de governo Voa Brasil para deixar as passagens de avião mais baratas. Só que não!
Na prática, o Voa Brasil vai depender da boa vontade das companhias aéreas. O Governo Federal tinha uma meta no oferecimento da bondade a ser paga com o dinheiro do contribuinte: disponibilizar 5 milhões de passagens – a serem comercializadas por R$ 200 ou menos – que seriam acessíveis num universo de 21 milhões de pessoas como público-alvo; principalmente aposentados que ganham até dois salários-mínimos e estudantes do ProUni.
Só que, sem dinheiro federal injetado, a parceria entre governo e companhias aéreas azedou a relação com os passageiros que seriam os possíveis beneficiados.
Trisal desfeito, nem amizade restou. Na verdade, o programa vai reunir as passagens com valores menores que já são oferecidas normalmente pelas empresas e juntar num único lugar as que já tem menor preço, consolidando tudo num só portal.
Sendo assim, restou somente, “morcegar e macetar” para o povo que pretende voar Brasil.
Quem não sabe fazer não deve ensinar. Mesmo que, na robustez, um erro seja informação; na fragilidade, um erro é um erro mesmo.
Foi um erro, lei anteriormente aprovada - retirando o direito de uma bagagem de despacho por passageiro, sem cobrança extra – que dizia “baratear” as passagens. A maioria dos erros fica pior quando se tenta corrigi-los. Acabou a amizade entre o Governo, os Passageiros e as Aéreas?! Amizade que se acaba nunca foi amizade. Nesse trisal havia pelo menos um otário.
*é um professor-filósofo (ou o oposto) e viajante brasileiro que observa traços da vida cotidiana, de governos e da sociedade.
BRASÍLIA, LINDAMENTE, COM SUA EXPRESSÃO INCÓGNITA, NOS FASCINA.
Um voo rápido sobre Brasília com o piloto Leandro Carvalho e sua aeronave sem tripulante, o DJI Mini 4pro.
Texto: João Moura
Brasília, a capital do Brasil - projetada e construída especialmente para abrigar a sede do governo da República Federativa do Brasil -, é uma cidade única que encanta por sua arquitetura moderna e planejamento urbano arrojado. Fundada em 1960, a cidade foi idealizada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e pelo urbanista Lúcio Costa, sendo um marco na história da urbanização no país. O Plano Piloto de Brasília, com suas famosas quadras e monumentos icônicos, como a Catedral Metropolitana e o Congresso Nacional, reflete a visão futurista e vanguardista de seus criadores.
A cidade foi projetada para melhorar a eficiência administrativa e proporcionar uma qualidade de vida elevada para seus habitantes. Além de sua arquitetura singular, Brasília abriga uma rica diversidade cultural e artística. Os diversos espaços culturais, como o Museu Nacional e o Teatro Nacional, superaram aos visitantes uma visita na história e na expressão artística brasileira. A cidade também é palco de eventos importantes, reunindo artistas, intelectuais e visitantes de todo o país em festivais, exposições e apresentações que celebram a diversidade cultural brasileira.
Brasília também é um importante centro comercial, político e cultural, tendo a Rodoviária de Brasília uma peça essencial na infraestrutura da cidade. Inaugurada em 1977, a Rodoviária do Plano Piloto se destaca como uma das maiores e mais movimentadas do país, sendo um ponto de conexão crucial para o transporte rodoviário, de ligação com o eixo monumental, Conic, Setor Bancário sul e norte, Esplanada dos Ministérios, asas sul e norte...
Localizada estrategicamente no Plano Piloto, a Rodoviária de Brasília se destaca por sua arquitetura singular, projetada por Sérgio Bernardes. Com sua estrutura circular e cobertura que se assemelha a uma coroa. Além disso, sua localização facilita o acesso a muitos pontos da cidade, contribuindo para a mobilidade urbana.
A cidade, sem dúvida, é o coração e o cérebro político do povo brasileiro. O aspecto marcante de Brasília é a sua importância política. Sendo o centro das decisões governamentais. A diversidade política-ideológica cultural e a riqueza histórica do país são representadas e celebradas em vários pontos ao redor da cidade e, principalmente na Esplanada dos Ministérios e no Congresso Nacional – Parlamento Político do País que, em conjunto com o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal formam a Praça dos 3 Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). A presença dessas instituições confere a capital uma atmosfera única, com manifestações, debates e discussões que influenciam diretamente a democracia e o curso histórico do país.
A beleza de Brasília não se limita apenas à sua arquitetura e função administrativa; a cidade também é cercada por uma paisagem natural deslumbrante. Com extensos parques e áreas verdes, a cidade oferece aos seus habitantes e visitantes um refúgio tranquilo e agradável, onde a natureza se une à modernidade.
Em resumo, Brasília é mais do que uma capital administrativa; é uma expressão viva da criatividade e do planejamento visionário que moldaram a identidade do Brasil.
Mesmo sendo uma cidade planejada, Brasília não se limita apenas aos monumentos e prédios governamentais. A natureza exuberante ao redor, com seus parques e lagos artificiais, proporciona um equilíbrio entre o ambiente urbano e o verde, criando espaços de lazer e relaxamento para os moradores e visitantes.
Imagens/vídeo: Leandro Carvalho
Brasília, assim, continua a ser uma cidade que surpreende e encanta, combinando história, cultura, política e natureza de maneira singular.
Veja agora, um pouco do que foi escrito acima, nas imagens do Leandro Carvalho e sua aeronave não tripulável:
A VERDADE PROVA QUE O TEMPO É O SENHOR DOS DESTINOS...
Bolsonaristas reagem a operação Tempus Veritatis...
Na Operação Tempus Veritatis, da PF, deflagrada na data de hoje (08/02/2024), há valores fundamentais em jogo que não podem se anular e nem se sobrepor.
São eles:
- A defesa intransigente da democracia e a punição dos que conspirarem e agirem contra ela, estejam eles onde estiver, desde que se tenha provas concretas que sustentem a acusação.
- O direito de defesa, de julgamento isento e de não condenação prévia de quem quer que seja.
- A supremacia do poder civil, das instituições democráticas e a prevalência do princípio do equilíbrio entre os poderes, sem privilégios nem excessos de nenhum deles.
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A harmonia do passista vai encantar a avenida e - nem todo o povo vai sorrir - mas, a verdade prova que o tempo é o senhor dos destinos...
Se a vida fosse fácil como muita gente quer - e o futuro essa gente pudesse prever - estariam, eles, agora, tomando um café, sentados com os amigos em frente à TV.
POR QUE É SEMPRE MAIS FÁCIL RESOLVER O PROBLEMA DOS OUTROS?
Já parou para pensar?!
“por que é sempre mais fácil resolver o problema dos outros?”
Algumas conclusões - para refletir:
1. Quando o problema a ser resolvido não é seu, você não tem a carga emocional da decisão. Sabe o clássico "uma escolha, uma renúncia"? Nesse caso, você não precisa nem fazer a escolha nem abrir mão das outras possibilidades. Toda a sua pro atividade diante do problema alheio será resolvida de maneira mais prática.
2. Quando o problema a ser resolvido não é seu, você consegue enxergar a situação de fora e prestar ajuda de uma maneira mais racional. O outro clássico "faça o que eu falo e não o que eu faço" vem desse lugar de um distanciamento emocional que conseguimos criar para ajudar alguém. A teoria e a prática são coisas bem distintas quando se trata de emoções.
3. Quando o problema a ser resolvido não é seu, não há medo envolvido. Todos os bloqueios emocionais, oriundos de traumas passados quando se diz respeito a resolver algo em sua própria vida, entram no meio entre você e o problema, o que muitas vezes gera procrastinação.
No final pode-se concluir que:
1. É muito importante fazermos terapias para entendermos qual é o "elefante branco" na sala, que está te impedindo de resolver os seus próprios "B.O.s".
2. É importante sabermos pedir ajuda. Essa ideia de que precisamos dar conta de tudo - e não pedir ajuda a ninguém - só gera ansiedade e síndromes, tipo a de burnout. Ligue para alguém de sua confiança e peça ajuda. Lembre-se: para o outro, será muito mais fácil te ajudar a resolver o seu pepino.
Desde, claro, que você esteja "aberto" a ouvir e a refletir em busca de uma solução para "problemas" que julgamos ser "o fim da linha" para nós.