João Moura
Como o novo “figurão” do nordeste pretende fechar o portal do inferno dos tricolores soteropolitanos.
Quem nasce em Salvador é soteropolitano. Essa forma adjetiva provém de Soterópolis – uma antiga cidade grega, erigida por seu imperador chamado Sotero. Sotero, em latim, é mesmo que Salvador.
Para entender o tamanho da representatividade, precisamos adentrar na alma do torcedor do Esporte Clube Bahia…
Pra começar: “Se um dia eu chorei, hoje não me lembro o porquê” É nesse clima de felicidade — com uma dose de alívio também — que os tricolores soteropolitanos estão neste exato momento com a possibilidade de mais um reforço de peso integrar o plantel do clube em 2024.
Se tem um time do Nordeste que, após a onda de transformação dos clubes de futebol em SAF, vem fazendo valer esse novo momento, esse time é o Bahia. E já está tirando o sossego dos cartolas do sul-sudeste. O ESQUADRÃO DE AÇO – como é conhecido o Bahia pelos torcedores – vem agora ser o novo “figurão” do pedaço. Já contratou Éverton Ribeiro (ex-Flamengo), que hoje veste a camisa 10 do tricolor baiano e, se depender do Grupo City – hoje dono do Bahia; o próximo a ser comprado do rubro-negro carioca é o atacante do Flamengo Gabigol.
O atacante da Gávea, com a chegada do técnico Tite, está tendo dificuldades de renovação do seu contrato com o rubro-negro carioca e, parece escanteado no ninho do urubu. O contrato de Gabigol com o Flamengo vence em dezembro. Até agora a diretoria do clube não mandou nenhum sinal de fumaça tranquilizante para o artilheiro Rubro-Negro da Gávea que, em épocas douradas, todo dia tinha “gol do Gabigol”.
O Bahia quer um “homem de referência” no ataque para eternizar seu nome no brasileirão que se aproxima. Tá na expectativa e aguardando a sinalização do Flamengo sobre a venda do atacante. “Se vender eu compro!” essa é a intenção do Grupo City e do Bahia.
Mas, e o que pensa os torcedores?
Do Bahia: “se vier será bem-vindo!” diz Ricardo, torcedor do Esquadrão e animado com a notícia da contratação de reforço para o baêa.
Já os torcedores do Rubro-Negro da Gávea não são unanimes nos seus sentimentos para com a saída de um dos seus melhores artilheiros em tempos áureos: “não desmerecendo ele, fez muito pelo flamengo, mas tudo tem seu tempo e o tempo dele já foi”; disse o torcedor Leandro que reconhece os tempos de ouro quando todo dia tinha Gol do Gabigol.
“Os times do Nordeste estão se fortalecendo bem!” É a opinião de um flamenguista raiz, Eugenio, que vê, na possibilidade da ida do artilheiro para o esquadrão de aço – uma renovação e fortalecimento dos clubes de futebol no Nordeste. Uma necessidade da região.
“O Gabigol ainda tem potencial, mas parece que o ciclo dele no Flamengo acabou ou está acabando, ele não é mais o mesmo dos últimos 4, 5 anos quando veio do Santos”; lembra Laerte, outro torcedor do Rubro-Negro da Gávea que “ainda acredita que o artilheiro tem futebol pra isso, mas pode ser que no caso dele, Gabigol, em outra equipe o rendimento seja melhor… lembrando que o Bahia já tem Everton Ribeiro (ex-Fla) vestindo a camisa 10 e, já estando lá, de repente, ainda rola uma boa dupla, um que joga na ‘meiúca’ e mais o outro atacante,… lembrando o Mengão de Jorge Jesus”, diz o saudosista Laerte.
E tudo indica que, se depender do Bahia, Gabigol vai sim fazer parte do elenco no fortalecimento do Esquadrão de Aço. Ficamos na torcida e de olho na movimentação do mercado da bola.
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João Moura é professor e filósofo. Divide sua paixão pelo futebol, como todo brasileiro, entre Botafogo e Bahia – sem trocadilho.