OS DESAFIOS DE LIDAR COM O ENVELHECIMENTO DOS PAIS

João Moura

4 de março de 2024

“Quero lhe contar como eu vivi, E tudo o que aconteceu comigo” … – esse é um dos versos que compõe uma das músicas mais lindas, já cantadas por Belchior e Elis Regina.

Mas, aceitar e lidar com as mudanças físicas, emocionais e de papel que ocorrem com o envelhecimento pode ser um desafio enorme para pais e filhos. Encarar o declínio e a finitude da vida de alguém nos faz refletir sobre a nossa própria vida, valores e sobre como queremos ser cuidados na nossa velhice.
⁠O número de pessoas com mais de 60 anos passou de 20,5 milhões no Censo de 2010 para 32,1 milhões no mesmo levantamento em 2022 – um crescimento de 56% em pouco mais de uma década.⁠
E as estimativas apontam que a população de idosos deve se tornar ainda maior ao longo das próximas décadas.⁠

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram a tendência de que o brasileiro deve viver cada vez mais: a expectativa de vida, que era de 69,8 anos no início dos anos 2000, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), hoje é de 75,5 anos.⁠
Isso não só aumenta o período em que as pessoas podem precisar de auxílio, mas também torna mais comum que filhos acompanhem diferentes fases do envelhecimento dos pais.⁠
Um dos principais desafios e motivos de atrito está nos papéis que pais e filhos assumem nessa fase da vida, apontam especialistas, ⁠ às vezes, pode ser difícil para os pais e filhos se comunicarem efetivamente sobre questões sensíveis relacionadas ao envelhecimento, como cuidados de saúde, finanças e moradia.

De um lado, os filhos podem enxergar uma pessoa fragilizada, adoecida e que precisa de cuidados e limitações e tentam proteger seus pais e fazer com que não se exponham a riscos.⁠ Cuidar dos pais idosos muitas vezes exige uma dedicação significativa de tempo e energia. Isso pode criar desafios para os filhos em equilibrar suas responsabilidades de cuidado com suas próprias vidas pessoais e profissionais.
E, também, do outro lado, há uma pessoa que não quer perder sua autonomia e que pode até perceber que precisa de cuidados, mas tem dificuldade de aceitar isso.⁠

É importante abordar esses desafios com empatia, paciência, muito amor e compreensão.